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Se Deus já predestinou os salvos, por que devemos evangelizar?

  • icarv750
  • 1 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

São diversas as histórias que abordam determinismo. Édipo Rei nos conta a tragédia de um homem tentando mudar uma profecia catastrófica a seu respeito. Minority Report nos mostra o esforço de um homem contra uma previsão do futuro na qual ele seria um criminoso.


Em todas essas histórias, fica uma incômoda questão central: por que e como alguém mudaria um final já determinado? Enredos à parte, que poder teria um simples humano de alterar um futuro já estabelecido antes mesmo de ele nascer por uma força superior a ele? Por que se dar ao trabalho?


Longe de ser apenas um tema de ficção, a questão do determinismo assola todo aquele que entende as doutrinas da Graça porque ela parece anular o evangelismo. "Se Deus já predestinou os salvos, por que devemos evangelizar?" é uma pergunta clássica e inevitável.


E não é uma pergunta vã. Sabemos que Deus, de fato, já elegeu os seus; a Bíblia não deixa dúvidas quanto a isso:


Todo louvor seja a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais nos domínios celestiais.

Mesmo antes de criar o mundo, Deus nos amou e nos escolheu em Cristo para sermos santos e sem culpa diante dele.

Ele nos predestinou para si, para nos adotar como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito de sua vontade.

Efésios 1.3–5


Assim sendo, por que pregar?


1 . Porque Cristo ordenou que seus seguidores pregassem:


Jesus lhes disse: "Vão ao mundo inteiro e anunciem as boas-novas a todos".

Marcos 16.15


e também:


Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos.

Mateus 28.19–20


Poderíamos parar por aqui. Mesmo sem ter respondido à pergunta, esta razão é mais que suficiente porque, se Cristo mandou, cabe a nós obedecer. Servos obedecem; não questionam. Tudo o que diremos a partir deste ponto será um adendo. De fato, há razões além desta.


2 . Porque pregar nos dá a oportunidade de louvar a Deus


Anunciar o evangelho em sua forma verdadeira é sempre um louvor a Deus. O evangelho é a história de um soberano que escolhe não punir os servos rebeldes que o ofendem, mas envia o próprio filho para pagar pelos erros deles para que eles não morram.


O evangelho é a anunciação do maior ato de benevolência da história (justificação) através de um feito sobrenatural (ressurreição). Evangelizar é, dentre outros, louvar o Senhor que opera a salvação (Rm 8.30). E louvar é a razão da criação do homem em primeiro lugar (Is 43.7).


3 . Porque nossa pregação é meio pelo qual Deus opera a salvação


Deus poderia aplicar a salvação sem nós, pois Ele não tem necessidade de nenhum elemento da criação (Sl 50.9–12). Ainda assim, Ele escolheu utilizar nossa pregação como o meio pelo qual Ele chamará os eleitos para si.


Vemos nas Escrituras e na vida que o Senhor utiliza muitos meios, ordinários ou extraordinários, para operar milagres. Sabemos, por exemplo, que Deus escolheu tirar os hebreus do Egito através da liderança de Moisés em vez de utilizar um anjo como guia ou transportá-los para fora milagrosamente.


Em vez de chamar os eleitos por uma voz celeste ou sarças ardentes, Ele nos deu a oportunidade de estar envolvidos no processo. A verdade é que Deus não precisa de nós para concluir sua obra; nós é que somos privilegiados de ser chamados a participar dela.


4 . Porque não sabemos quem são os eleitos—e eles também não o sabem


Ao contar a parábola do semeador (Mt 13), que ilustra a pregação do evangelho, Cristo conta que as sementes caíram em diferentes tipos de solo, incluindo os desfavoráveis. O crescimento não cabia ao semeador; a ele cabia apenas lançar as sementes.


Assim é conosco: não sabemos quem pertence ao aprisco do Senhor, portanto devemos apenas pregar e esperar que o Senhor, em sua sabedoria, traga para si aqueles que são seus.


Saber que Deus garante a salvação dos eleitos não nos desencoraja a pregar. Pelo contrário, nos anima a fazê-lo porque sabemos que nossos esforços serão validados pelo próprio Deus que dá a bênção da salvação.


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