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Como se livrar do tédio e do vazio existencial de que fala Arthur Schopenhauer?

  • Foto do escritor: doutrinaparaavida@gmail.com
    doutrinaparaavida@gmail.com
  • 15 de fev. de 2019
  • 5 min de leitura


Arthur Schopenhauer foi um filósofo niilista conhecido pelo seu pessimismo sobre a vida. Em um de seus escritos sobre o vazio da existência ele trata sobre a miséria do ser humano, que vive em um mundo onde a felicidade é inconcebível. Nesse texto ele trata do tédio como o sentimento do vazio da existência. Mas como se livrar do tédio que é o vazio existencial?


Segundo Schopenhauer, “Essa é uma prova precisa de que a existência em si mesma não tem valor, visto que o tédio é meramente o sentimento do vazio da existência”.


Schopenhauer está certo quando diz que a existência em si mesma não tem valor. A Bíblia diz que os condenados no inferno continuarão a existir para sempre banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, o que trará o vazio, um vazio maior do que eles possuem agora enquanto ainda em vida sobre a terra. A existência humana não tem um fim em si mesmo, ela não termina em si, se tivesse, como diz o filósofo isso bastaria para satisfazer o homem. O valor e fim da existência humana transcende a própria existência, pois está fora dela. Deus criou o ser humano para um propósito que não está no próprio ser humano, que não termina nele. Deus criou o ser humano para ele (Rm 11.36). O fim ou propósito último da existência humana é glorificar a Deus ao deleitar-se nele para sempre (1Co 10.31; Is 43.7; Sl 16.2, 5, 11. 73.25; 142.5) O vazio existencial só pode ser vencido quando preenchido por Deus, o fim e o propósito real da existência humana.


É por não viver para a finalidade para o qual foi criado que o homem passa do vazio existencial para a busca compulsória de coisas para preencher esse vazio. Mas quando tais coisas acabam, quando elas chegam ao fim, o vazio existencial retorna, e o homem volta a buscar coisas, que não é Deus, para preencher o tédio. E assim vive o homem sem Deus, nesse ciclo de tédio e ilusão.


Para Schopenhauer o percurso, que são os meios ou envolvem os meios, até o objetivo é a satisfação.


“Mas nossa existência não é uma coisa agradável a não ser que estejamos em busca de algo; então a distância e os obstáculos a serem superados representam nossa meta como algo que nos satisfará”


Todavia, para os cristãos a satisfação não está nos meios, em sim mesmos, mas os meios trazem satisfação por causa do objeto alcançado através deles, o próprio Deus. A satisfação está no objetivo, ou melhor, no objeto alcançado. A leitura e meditação das Sagradas Escrituras, a oração só são prazerosas porque são o caminho da comunhão com Deus. Deus é o objetivo e os meios de graça são o caminho. E, uma vez que o objeto é alcançado, não há ilusão ou frustração, mas satisfação.


Segundo Schopenhauer o objetivo perde a graça, digamos assim, uma vez que ele é alcançado.


“[a meta como algo que nos satisfará (é)] ilusão que desvanece assim que o objetivo é atingido”


Do contrário a isso, quando Deus é achado há satisfação. Se o buscarmos ele se deixará achar.


Sobre o tédio e o anseio Schopenhauer coloca da seguinte maneira:


“Considerando o preço pago por isso tudo — existência e a própria vida —, veremos que houve um intervalo quando a existência era livre de sofrimento, um intervalo que, entretanto, foi imediatamente sucedido pelo tédio, o qual, por sua vez, foi rapidamente sucedido por novos anseios.”


O tédio sucedido por novos anseios é a vida comum de todo ser humano, a não ser que nos voltemos para Deus. A coisas que ansiamos para escapar do vazio existencial podem suspender o vazio por um momento, mas por um momento breve. Logo após ele voltará. Novamente estará ali. Queremos escapar dele e para isso buscamos todos os tipos de entretenimento, mas não adianta. Logo ele voltará, provavelmente maior. E buscamos algo maior para competir e ser páreo com o tédio que é o vazio existencial. Mas ele se parece com um animal que se alimenta das coisas que você faz para expulsá-lo e mantê-lo longe, todavia, ele volta, com mais fome ainda. Essa luta não pode ser vencida. Como disse Richard Sibbes: “Todas as coisas terrenas são como água sagada: fazem aumentar a sede, mas não satisfazem”. Contrário a isso, as coisas celestiais satisfazem a alma humana porque a leva ao seu Criador, de quem são, por quem são e para quem são. É por isso que abandoná-lo é deixar “o manancial de águas vivas, e cavar cisternas, cisternas rotas que não retém as águas” (Jr 2.13). Somente Deus, o Grande Ser, pode acabar com o vazio existencial.


Você não precisa dar um propósito para a vida e para a tua existência. Ela já tem. Teus esforços em dar um propósito para a vida não dará fim ao vazio existêncial.


O propósito da vida não pode ser dado pelas próprias criaturas porque ele precisa vir de fora. Você vê criadores dando propósito as coisas criadas e não aa coisas criadas para para si mesmas. Ao inventar o avião, Santos Dumont fez ele com um objetivo principal, que é voar. É por isso que ele o criou com asas. A criação não funciona bem quando damos outro fim a ela que não é aquele para o qual foi, de fato, criada. E é por isso que o propósito principal da vida precisa vir de fora.


Se ainda assim você resistir e crer que somos consequência de reações em cadeia e frutos do acaso, tente perguntar ao universo que te trouxe a existência qual é o teu propósito supremo e principal. Ele nada te responderá visto que ele não tem personalidade e ele mesmo é um fruto inconsciente do acaso. Você pode responder por ele e dizer: O fim supremo da humanidade, e portanto o meu, é evoluir e continuar evoluindo. Mas quem disse que você foi criado para isso uma vez que tudo que veio a existência veio por acaso? Não há propósito e não pode haver propósito fora de Deus. Pois ele é o criador e deu um propósito a vida. A tua vida tem um propósito.


O Breve Catecismo de Westminster, na sua primeira pergunta, diz o seguinte:

Qual é o fim principal do homem?

Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e deleitar-se nele para sempre.


Essa afirmação é apenas a declaração sistemática da verdade que permeia toda a Bíblia: a de que Deus, aquele que é Santíssimo, que tem em si mesmo todas as qualidades desejáveis e perfeições, por causa da sua glória, quer ser estimado, não por causa de um desejo egoísta, mas porque ele é totalmente amável e desejável. Ou seja, Deus é objeto digníssimo de ser amado por suas criaturas e de ser desejado por elas. Deus é glorificado quando ele se torna para nós objeto de deleite. Foi para isso que ele nos criou: para glorificá-lo ao nos deleitarmos nele para sempre. Esse é o propósito da nossa existência. Pois assim diz a Escritura:


"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Rm 11.36).

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (1Co 10.31).


"Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo" (Jo 15.10-11).


"Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre" (Sl 73.24-26).


"Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo" (Jo 17.24).


Busque a Deus por meio de Jesus Cristo. Ele é o único caminho para Deus, o Pai. Somente Deus pode preencher o vazio do teu coração.


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