Jovens em um Mundo Estranho.
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- 29 de mar. de 2019
- 4 min de leitura
Por Thiago Wilke

Texto base: Daniel 1:1-21
Daniel começa nos contando sobre a primeira de três invasões do Império Babilônico sobre Judá. Apesar de ser algo triste à primeira análise, o autor nos diz que essa invasão estava sobre o grande propósito de Deus. Com essa pequena informação, retiramos a primeira grande lição deste texto: a de que Deus está no controle de todas as coisas e Ele pode usar de qualquer método para que seus planos sejam cumpridos e tudo que Ele faz apresenta um objetivo. Por exemplo, o livro de Daniel só pôde ser escrito porque houvera essa invasão, portanto, só temos o grande exemplo de Daniel para nosso proceder cristão porque o Senhor permitiu que essa invasão acontecesse.
A história continua, dizendo que o rei da babilônia exigiu que levassem cativos as pessoas mais bem preparadas do reino de Judá. Reparem a importância que o rei deu ao quesito inteligência. O versículo nos diz que o rei queria homens sábios, doutos em ciências e versados no conhecimento.
Dentre as pessoas levadas, estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias, jovens hebreus, que, logo de cara, tiveram seus nomes mudados para Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede Nego e foram ordenados a se alimentarem somente finas iguarias locais, as quais, provavelmente, eram proscritas pelos ensinamentos da lei mosaica. Mesmo assim, Daniel e seus amigos não desistiram de suas raízes. Percebemos que esta tentativa de aculturação de Nabucodonosor foi totalmente falha e, por amor a Deus, Daniel e seus amigos decidiram que não abririam mão de sua fé, dando-nos mais um grande exemplo: de que não devemos abandonar nossos preceitos morais ensinados na Palavra (daí a importância de se conhecer profundamente a bíblia), independentemente do que o meio em que estamos incluídos nos diga ou obrigue a fazer.
Continuando a história, Daniel e seus amigos, para cumprirem a Palavra de Deus, pediram, respeitosamente, às autoridades que o subjugaram, que eles pudessem ter outra alimentação que não a ordenada pelo Rei o que nos ensina que devemos respeitar profundamente todas as autoridades, uma vez que elas foram instituídas por Deus e devemos obedecê-las desde que suas ordens não sejam contra a Palavra.
Além disso, Daniel e seus amigos eram jovens em um mundo estranho, que, com certeza, oferecia todos os prazeres carnais e eles, mesmo distantes de suas famílias e cultura, tinham conhecimento da onipresença de Deus escolheram não pecar. Daqui tiramos mais uma lição: Deus nos vê em todos os lugares e devemos obedecê-lo sempre, mesmo que estejamos longe dos olhos de nossos irmãos. Quando nós mudarmos de ambiente, seja porque conseguimos um novo emprego ou entramos numa universidade, continuamos debaixo dos olhos atentos de nosso Pai e devemos continuar nos comportando como bons cristãos, independentemente do local em que nos encontramos. Muitas pessoas, infelizmente, desviam-se durante o curso superior, sucumbindo aos prazeres deste mundo, por isso é muito importante que venhamos a procurar uma igreja e companhias cristãs o mais rápido possível quando mudamos de cidade.
Retornando à história, percebemos mais uma vez que Deus foi misericordioso para com Daniel, ao fazer o chefe dos eunucos aceitar sua proposta e abençoar seu plano, permitindo que ele desse certo, uma vez que ele e seus amigos rapidamente se destacaram dos outros cativos por sua performance física. Isso prova que Deus de fato abençoa aqueles que o obedecem e o temem.
Por fim, o texto nos diz que, quando Daniel e seus amigos se apresentaram diante do rei, eles foram os mais inteligentes e cultos dentre os cativos, o que chamou atenção de Nabucodonosor e permitiu que Daniel, pouco depois, tivesse destaque em seu governo, de onde ele viria a dar exemplo constante do que é ser de fato um crente em Deus. Daqui percebemos, mais uma vez, o controle soberano de Deus na história e nossa completa incapacidade de “prever” o futuro. Quando vemos a história de Daniel e de outros personagens bíblicos, como José do Egito, por conhecermos o fim da história, pode nos parecer que era óbvio que tudo daria certo no fim, mas com certeza não foi assim para eles. Eles não faziam a menor ideia do que ocorreria e só lhes restava a confiança extrema no Deus que dirige a história, sabendo que, mesmo que tudo desse errado sob a óptica humana, de Deus nada nuca fugiu ao controle. Não sabemos como será nosso futuro, se nossos sonhos serão realizados, se nosso esforço culminará em algo sólido ou mesmo se estaremos vivos daqui há 15 minutos, todavia confiamos constantemente que o Deus da história tem absolutamente tudo debaixo de suas santas mãos.
Diante disso tudo, deixo três aplicações:
1º) A história é escrita por Deus. Daniel provavelmente não compreendeu o propósito do cativeiro e tinha todo motivo humano para se revoltar e se afastar do Pai, mas ele resolveu manter-se firme, confiando que de Deus nada foge do controle.
2º) Respeite as autoridades que estão sobre você, mesmo que elas não sejam cristãs e as obedeça desde que suas leis sejam bíblicas. Daniel não saiu simplesmente desobedecendo a dieta, ele primeiro perguntou ao seu chefe se poderia comer outras coisas e foi abençoado com uma resposta positiva.
3º) Deus é onipresente e onisciente. Lembre-se que estamos diante dos olhos de nosso Pai a todo instante e que nossa obediência a Ele deve ser integral, independe do lugar que estamos ou da cultura que nos cerca.
Amém.
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